Apesar de sabiamente dito por Peter Drucker que, “ A melhor maneira de prever o futuro é cria-lo”, as incertezas quanto aquilo que nos aguardam especialmente no mundo do trabalho, têm sido alvo de muito questionamento e de muito estresse também.

E como a minha missão com essa newsletter é que você consiga “DESESTERÇAR”,  segue as minha considerações sobre o que acredito que nos aguarda por aí.

Não sou coach quântica, mas vou arriscar uma previsãozinha, já que compreendo e empatizo com a tendência humana de se preparar o melhor possível para os desafios.

Entretanto, como minha previsão é baseada em fatos reais, lhe convido a caminhar comigo e revisitar nossa história recente, para entendermos melhor sobre como foi que chegamos a esse ponto.

Prometo uma viagem rápida , ok?

No meu tempo é que era bom…..

Você certamente ouviu essa frase sendo dita por alguém que nasceu primeiro que você que me lê. Seja seu pai, mãe ou avô, você com certeza ouviu algo parecido.

Mas está errado? Não exatamente.

A impressão que temos de que o mundo passa cada vez mais rápido é real e se relaciona diretamente a quantidade de dados produzidos e propagados diariamente.

Você já parou para observar a quantidade das informações que recebemos todo o dia? E em que velocidade?

Uma passada rápida para o qualquer jornal ou rede social fará você entrar em contato com incontáveis notícias.

E esse avanço se reflete em diversos segmentos como a medicina, a indústria farmacêutica, pesquisas, tecnologia enfim.

Mais interconexão significa mais rapidez, mais avanço e paradoxalmente menos controle sobre o que se propaga, se consome , bem como mais dificuldade de controle sobre as consequências disso tudo.

VUCA OU BANI?

Nossa necessidade de nomear as coisas e compreende-las nos conforta em certa medida.

E por essa razão que surgem termos como esses que nos auxiliam a explicar os fenômenos.

O termo VUCA foi cunhado pelo exército americano para explicar que as mudanças trazidas pela internet e globalização, que revolucionariam o mundo de forma nunca antes vista.

O Acrônimo VUCA significava:

V: VOLÁTIL

U: INCERTO (uncertain): incapaz de se fazer previsões sobre o que está por vir

C: COMPLEXO:  com vários pontos a serem considerados quando diante de uma decisão

A: Com AMBIGUIDADE sempre PRESENTE.

O mundo BANI ou Era do Caos, por sua vez, não se inicia com a pandemia, como muitos imaginam. 

De acordo com futurista James Cascio criador do termo, seu início foi em 2018.

 A marca desse tempo se diferencia pela possibilidade de trazer desafios nunca antes, enfrentados, aumentando o estresse e o multiplicando a sensação de incerteza.

 Pense por exemplo nos desafios trazido pela pandemia do coranavírus. Não havia compreensão suficiente para enfrentar a situação, trazendo:

B (brittle): FRAGILIDADE:

Sistemas são sólidos até que deixam de ser.

Tome como  exemplo os bugs da internet que são capazes de destituir sistemas sólidos e complexos em minutos.

A: ANSIEDADE:

Acredito que ansiedade que essas situações promovem, sejam autoexplicativas rsrs…

N: NÃO LINEARIDADE (non-linear)

As regras que mudam o tempo todo e trazem impacto imprevisível.

I: INCOMPREENSIBILIDADE:

Cenários novos e nunca vistos, não oferecem respostas previsíveis

 

Consequências diretas no mundo do trabalho:

A pandemia é um marco importante que trouxe diferentes impactos epidemiológicos econômicos, políticos e sociais.

 Devido ao fechamento de muitos postos de trabalho, queda nas atividades econômicas e crises políticas que culminaram inclusive em uma guerra, acredito que nossa relação conosco e com os outros passou a ser repensada.

Como estudiosa do comportamento humano e das relações entre trabalho e saúde mental, observo que o impacto desse período trouxe importantes mudanças:

Infográfico de Leticia Rodrigues, sobre impactos da pandemia
Impactos da pandmeia

Infográfico de Leticia Rodrigues, sobre impactos da pandemia

Na imagem vemos uma representação gráfica de um rosto de perfil humano com um desenho de cérebro e ao lado, ícones de A a E com descrição dos principais impactos da pandemia para os trabalhadores.

A. Aumento de casos de doença mental:  Segundo a OMS, em estudo global divulgado em junho de 20220, registrou aumento de 25% em casos de ansiedade e depressão no mundo.

O Brasil já detinha a marca de pais mais ansioso do mundo.  Estava em terceiro lugar em número de depressão, porém esse número aumentou e continua subindo desde o início da pandemia em 2020.

De acordo com dados da Covitel, o número de pacientes diagnosticados com depressão e ansiedade subiu  de 9,6 % de adultos diagnosticados para 13,5% no primeiro trimestre de 2022 (link para pesquisa).

A implantação do modelo home office se tornou uma realidade para parte das empresas. Há diversas vantagens trazidas pelos colaboradores, desde economia de tempo e de valores de deslocamento, até a possibilidade de passar mais tempo com a família,

Trouxe também desvantagens como a dificuldade de “terminar o dia “, já que com os aplicativos de comunicação, fica fácil acessar o colega a qualquer tempo.

C: FOMO: Diante de tantas mudanças, fomo invadidos com o receio de perdemos algo, conhecido como F.O.M.O (fear of missing out) , ou em tradução livre: medo de “ficar de fora”

Essa necessidade de se manter conectado o tempo todo, pode agravar nossa saúde física e mental, aumentando inclusive, o risco de desenvolver burnout, por exemplo.

D. A sobrecarga de tarefas aparece como consequência da crise econômica. Com alto número de demissões, as empresas passaram a atuar com um quadro enxuto.

Além disso, essa falta de limite entre trabalho e lar, possibilitou que as tarefas domésticas se confundissem com as atividades do trabalho.

E. Questionamento sobre valores e estilos de vida: A possibilidade de que podemos não ter mais todo o tempo do mundo, fez com que pessoas passassem a pensar mais sobre seus valores e objetivos.

Observamos um movimento de demissão em massa em países como EUA e Brasil com foco em melhores condições de trabalho ou a busca por algo mais alinhado a seus propósitos.

É claro que o Movimento chamado de Great Resigntation (Grande Demissão) tem diferenças gritantes nos dois países, a começar pelos índices:

Nos EUA, 4,5 milhões de americanos pediram demissão em 2021, porém as taxas de desemprego por lá, estão em torno de 3,5 %.

No  Brasil, 600 MIL BRASILEIROS (de acordo com o  CAGED-IBGE),  pediram demissão em 2021, mas as taxas desemprego aqui  são em torno de 13%

Dentre as principais motivações para essa busca, elencamos as 4 principais:

  • Flexibilidade no trabalho através de possibilidade de home office ou jornada reduzida.
  • Busca por empresas com cultura mais diversa.
  • Realização Pessoal e Profissional.
  • Melhores salários/ benefícios.

Também importante salientar que nesse perfil que busca melhores condições de trabalho ou alinhamento de valores, encontram-se profissionais com pós-graduação e MBA.

Ao passo que, os pedidos de demissões de profissionais com perfil de até 29 anos, com salários mais baixos por exemplo, foram em sua maioria motivados pela piora na relação estabelecida com o trabalho:

Grande demissão Brasil
Grande Demissão Brasil/ Infográfico de Leticia Rodrigues

Na imagem vemos uma representação gráfica de varias razões que impactaram a decisão de pedir demissão para trabalhadores brasileiros: flexibilidade/ modelo hibrido e home office, cultura diversidade , inclusão e equidade, realização pessoal/ profissional e melhores oportunidade de salários e benefícios.

Impactos no mundo do trabalho

 Pós pandemia, outras mudanças acontecerem que impactaram diretamente o mundo do trabalho:

  • Saúde Mental no foco da atenção:

 A OMS determinou que em janeiro de 2022, o burnout  passasse a ser entendido como uma relação tóxica que se estabelece entre trabalhador e trabalho.

Ou seja, caso seja comprovado o burnout, a empresa se responsabilizará em auxiliar esse colaborador até que ele se recupere da condição, com todos os direitos garantidos.

Seja para evitar demissões e reter seus talentos ou seja para criar empresas mais justas e equilibradas, a saúde mental está no foco do mundo corporativo.

O fato é que essa mudança veio para ficar: chegou a hora de olharmos a saúde mental de frente, encarando nossos vieses, trazendo à tona nossos preconceitos e contribuindo para que a gente trabalhe para diminuir os tabus envolvendo o tema.

2. Diferentes gerações no trabalho

A geração Z, que compreende os nascidos entre 1995 -2010, os nativos digitais, têm como característica a valorização de causas sociais e de construir sua vida sem modelos pré-definidos de sucesso.

Ao contrário, essa geração valoriza muito mais sua autenticidade do que outra qualquer.

Em contrapartida, a longevidade, possibilita que os milleniuns (nascidos entre 1980 e 1995), geração X (nascidos entre 1964 -1980) e até mesmo os baby boomers (nascidos em 1945-1964), trabalhem juntos.

 Assim, considero que as diferentes gerações no trabalho, também serão uma realidade.

Importante destacar que cada uma possui seus pontos positivos e de melhoria e que a conivência respeitosa entre gerações, pode ser rica em aprendizado e ganhos de diversidade.

3. Slash Career (Carreiras em paralelo)

A consciência da importância do trabalho mais alinhado à valores pessoais,  desperta a possibilidade de atuar em diferente carreiras, ao mesmo tempo.

No meu caso, isso fez sentido em dois momentos: No primeiro, em 2015 quando tinha intenção e retornar para a minha carreira como psicóloga , mas tinha receio de jogar a “estabilidade” e iniciar uma carreira do zero e recentemente, quando fui chamada para fazer parte do Programa de Aceleração do Linkedin Creators.

A criação de conteúdo é algo que levo em paralelo para conferir autoridade e aumentar minha visibilidade nas redes.

A parceria com o Linkedin, entretanto, ampliou meu olhar com possibilidade de participar da Creator Economy ( Encomia da Criação de Conteúdo).

É primeira vez que tenho uma parceria com foco na minha produção de conteúdo é essa é uma possibilidade muito atraente.

Acervo Pessoal Letícia Rodrigues

Na foto, vemos uma mulher branca, Letícia Rodrigues de cabelo curtos e loiros, com uma blusa de pelo branca, sorrindo para a foto segurando uma caixa branca com o logotipo Linkedin em alto relevo.

4. Flexibilidade nos benefícios das empresas

Para lidar com essas mudanças, as empresas devem se preparar para receber colaboradores nas mais diferentes interseccionalidades e inclusive diversificar sua forma de pacote de benefícios de acordo com características de seus times.

Uma variedade de empresas hoje, oferecem benefícios como jornadas reduzidas, visando promover o bem estar e a colaboração de seus times.

Os pacotes de benefícios têm se tornado cada vez mais diversos contemplando acesso para academia, subsídios para cursos culturais, para psicoterapia e etc.

5. Inovação atrelada a empatia

A tecnologia, ganha força promovendo mais inovação nos ferramentais de trabalho, diminuído distâncias físicas, seja através de espaços virtuais, experiências no metarverso.

A palavra de ordem será a empatia. Empresas que conseguirem compreender mais sobre as necessidades de seus times e de seus clientes, irão se destacar. Assim, o foco na inovação não estará ligada somente às melhores formas de executar um trabalho, mas sim, de forma mais qualitativa.

A grande mudança que eu vejo não será aquela trazida pela padronização. Ao contrário, a tecnologia nos trará mais condições de atender de forma customizadas cada pessoa, trazendo mais assertividade e consequentemente mais valor.

E você? Como imagina que será o futuro do trabalho? E o seu futuro?

Quero inclusive que você conte comigo para cuidar de se planejamento estratégico de carreira e de sal saúde mental nessa jornada.

Entre em contato para saber mais.

Um abraço

Leticia Rodrigues

Quem é Letícia Rodrigues?

Acervo Leticia Rodrigues
Acervo Pessoal Leticia Rodrigues
  • Psicóloga graduada pela PUC/SP e Pós-graduada em
  • Gestão de Marketing pela FAAP
  • Trainer de Colaboradores Corporativos em empresas como Kumon, Hospital Leonor Mendes Barros, SBT, Nike e Metlife;
  • Desenvolve Programas de Liderança.
  • LInkedin Creator
  • Premiada como professora de Inteligência Emocional mais bem avaliada do Brasil.
  • Atuou como Coach de Carreira na FAAP.