Setembro é o mês escolhido como alerta sobre a prevenção ao suicídio . A campanha que teve início no Brasil em 2015 , visa combater os estigmas, ampliar a reflexão sobre o tema e atuar na prevenção.
Os números da OMS * revelam que as mortes auto-infligidas podem chegar a quase 1 milhão por ano se considerarmos a subnotificação de casos. No Brasil, estima-se que 38 pessoas tiram a própria vida, diariamente.

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O suicídio hoje é a quarta causa de morte de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos. A cada 100 mil homens, 12% cometem suicídio em comparação a 5,2 % de mulheres segundo dados da OMS.
Apesar de um problema grave e importante, pouco discute-se sobre o assunto. Uma da razões é que existe uma vertente da medicina e da psiquiatria que acredita que a divulgação de números , possa ser uma forma de incentivo.
Existem ainda razões culturais que inviabilizam a discussões sobre a questão que envolvem religião e a perspectiva moralizadora sobre o ato que remetem a sentimentos de culpa e vergonha.
Particularmente, acredito que quanto mais falarmos sobre o tema, mais podemos atuar na identificação de sinais e portanto na prevenção.
Como compreender o suicídio?
Vale salientar que o suicídio é multifatorial. Isto significa que não podemos atribuir uma única causa para explicá-lo. Fatores complexos e interligados, que podem incluir questões pessoais, ambientais e organizacionais estão presentes.
Entretanto, mais de 90% das causas se relacionam a transtornos mentais não diagnosticados ou não tratados, o que reforça a necessidade de conscientização sobre a questão.
Importante reforçar que nem todas as pessoas diagnosticadas com transtornos mentais apresentam comportamento ou ideação suicida. Porém, em nossa jornada de vida como seres emocionais, podemos nos deparar com momentos de sofrimento e angustia extemos, que podem nos fazer pensar nessa possibilidade.
É possível buscar ajuda e ressignificar esse momento, desenvolvendo ferramentas de gerenciamento emocional e de bem estar e cuidando dos sintomas físicos e psíquicos com tratamento adequado.
Um tema tabu no ambiente corporativo
O termo tabu se refere a algo proibido. Algo que não deve ser mencionado ou dito. Entretanto , se algo acontece e com frequência alta, como podemos ignorar o assunto?
No ambiente corporativo, discutir sobre essa temática é ainda mais desafiador. Afinal, temos receio até de admitirmos problemas emocionais.
Como criar uma estratégia anti-burnout na prática?
Como implementar uma cultura anti-burnout?
Somos hoje, o país mais ansioso do mundo e o vice em afastamentos por depressão. Porém, as empresas ainda não conseguem olhar para essa realidade ou evitam ao máximo faze-lo, lembrando apenas em setembro que a temática saúde mental existe.
O suicídio se entrelaça ao mundo do trabalho de diversas formas. De acordo com o FUNDACENTRO, entidade responsável pelo binômio saúde-trabalho, em em 2019, foram notificados 13 mil casos de suicídio no país. Desses, 10 mil, foram de trabalhadores em atividade de trabalho.
Varrer essa possibilidade para debaixo do tapete, não fará com que o problema diminua ou pare de acontecer. Ao contrário, essa abordagem apenas será uma pressão a mais que poderá inclusive agravar quadros de burnout e de estresse.

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Evitar falar sobre saúde mental e prevenção , traz ainda um outro agravante: Impede que as pessoas busquem ajuda por medo do estigma e até de retaliações maiores como a demissão, por exemplo.
Sem que haja diálogo transparente sobre o tema, faz com que as pessoas sintam-se cada vez mais pressionadas , até que acabam se afastando de forma involuntária ou compulsória.
Como falar sobre temas tabu em saúde mental com seu time?
Importante salientar que é falar sobre saúde mental é um assunto que cabe o ano inteiro. Também não significa necessariamente falar sobre adoecimento mental, ao contrário.
Eu gosto bastante da definição de Saúde Mental da OMS que diz:
Saúde Mental é a capacidade de sentir-se bem, cooperando ativamente consigo e com os demais e experimentando emoções positivas na parte do tempo.
Organização Mundial de Saúde
Logo, saúde mental é a capacidade de experimentar bem estar e funcionar adequadamente do ponto de vista físico, emocional e social.
Assim, podemos falar sobre prevenção em saúde mental que nada mais é do que a conscientização da existência de nossas emoções, pensamentos e sentimentos como parte integrante da nossa personalidade e que influencia diretamente nossas ações e resultados.
Conheça o meu programa Florescer e aprenda a ter mais equilíbrio emocional , alcançando resultados.
Educar a audiência com temas relacionados à Inteligência emocional , o autocuidado e a importância do nosso bem estar físico e emocional como um reflexo de nossa saúde como um todo , é o primeiro passo para um politica de psico-educação.
Também é preciso falar sobre adoecimento mental como uma possibilidade real e tão característica do nosso tempo. Assim, compreender como a ansiedade, a depressão , o estresse e o burnout se manifestam, suas consequências, e sinais para que que possamos identificá-los, podem servir de alerta para que o time perceba mudanças que ocorrem em seu próprio padrão de comportamento no comportamento dos colegas.
O encorajamento para a busca de ajuda, pode ser crucial para o trabalhador quando ele se sente apoiado e compreendido ao invés de julgado e estigmatizado.
A partir daí compreender a temática do suicídio como uma vivência emocional de sofrimento extremo fica mais possível de ser aceita e compreendida, a medida em que um caminho prévio de discussão sobre saúde mental, foi traçado com toda a equipe.
Passa-se a entender que não se trata de algo repentino , ou totalmente descolado da realidade, mas sim como consequência de um cuidado com a saúde mental que foi negligenciado ou ineficiente.
Importante orientar que a pessoa deve buscar necessariamente a ajuda de profissionais capacitados como psiquiatras e psicólogos para a orientações e tratamento adequado . Por se tratar de uma emergência psiquiátrica, esse cuidado não deve ser adiado e nem ficar a cargo de pessoas que não tem o conhecimento técnico adequado.
Para finalizar eu gostaria de saber que ações você acredita que pode colocar em prática hoje para aumentar sua consciência em relação ao cuidado com sua saúde mental e a do seu time?
Também quero me disponibilizar para ajudar você a elaborar um Programa de conscientização sobre e autocuidado em Saúde Mental para sua equipe ou para você.
Conte comigo por aqui, e cuide-se por aí!
Um beijo
Letícia Rodrigues
Quem sou eu?
- Sou Leticia Rodrigues, psicóloga e fundadora da Fiorire Consultoria.
- Atuo com desenvolvimento de pessoas, ajudando empresas e profissionais em seus desafios corporativos.
- Já treinei colaboradores de empresas como SBT, MetLife , Nike, London Stock Exchange sobre temas como Inteligência Emocional, Motivação, Comunicação Assertiva e Saúde Mental Corporativa.
- Fui premiada como melhor professora de Inteligência Emocional da escola Conquer.
- E uma das 100 pessoas escolhidas como participante do Programa de Aceleração de criadores de conteúdo do LinkedIn, onde sou LinkedIn Creator.