O mundo corporativo vive mais uma polêmica: a volta aos escritórios.
Diversos CEOs famosos como Marck Zuckberg, Elon Musk e Andy Jassy manifestaram seu desejo de adotar novamente o modelo presencial em 2024. Outras empresas como Disney, Apple, Startse, também defendem o fim do home office.
Os argumentos para apoiarem a decisão passam pelo fortalecimento da cultura, aumento da inovação e colaboração.
Por outro lado, pesquisas sugerem o contrário. Em um estudo organizado pelo Future Fórum sobre o futuro do trabalho, 57% dos entrevistados que atuam no modelo híbrido, apontaram que a cultura dentro da empresa melhorou consideravelmente nesse formato.
O modelo híbrido ou flexível, favorece o bem-estar e a saúde mental, na medida que possibilita que o colaborador tenha autonomia para gerenciar a própria rotina, utilizando seus tempo de maneira mais estratégica.
De um lado temos CEOS e líderes exigindo a volta aos escritórios e do outro colaboradores cogitando mudar de emprego caso o benefício do home office seja revogado. A divergência, aponta para uma crise de confiança como justificativa para o retorno ao presencial.
Sem vigilância, sem produtividade. Será?
Você certamente já ouviu a máxima: É o olho do dono que engorda o gado.
Esse é um dos principais argumentos utilizados por líderes e CEOS ao proclamarem que a produtividade e a eficácia de equipes não se mantém a distância.
Essa preocupação é tão alarmante que foi denominada pela Microsoft como
“paranóia da produtividade”. Ela é baseada na crença de que as pessoas somente farão o seu trabalho de forma eficaz se forem acompanhadas de perto.
Recentemente o Tik Tok instalou um aplicativo que rastreia e monitora a localização de seus funcionários para garantir a volta ao escritório.
Mas aqui cabe a pergunta:
Como é possível que ao tratarmos nosso time com tal desconfiança, podemos esperar que o mesmo alcance os objetivos propostos se comprometendo com os resultados da empresa?
Temos que ter em mente que o time é formado de adultos responsáveis e como tal aptos a realizarem escolhas assertivas ao desempenharem o próprio trabalho.
Assim, mais do que “vigiar” um colaborador o que é totalmente incoerente, o ideal seria estabelecer uma relação de confiança com esse profissional, onde ambos (time e empresa) entendem que trabalham em conjunto para objetivos comuns.
Como aumentar a confiança com seu time?
1. Ouça seus colaboradores:
Busque compreender o que as pessoas esperam sobre o trabalho, as aspirações sobre ele, as dificuldades, pontos de melhoria …
A busca por uma proximidade com seu time é altamente inspiradora.
Um estudo do Google, denominado projeto Aristóteles, sugeriu que equipes mais produtivas percebem que seus sentimentos e necessidades são compreendidos e validados.
Saiba mais sobre equipes que prosperam aqui.
Elas se sentem confortáveis para expressarem sua vulnerabilidade, porque percebem que serão acolhidas dentro de sua individualidade e dessa forma, sentem-se de fato parte de um time.
2. Comunique-se mais e melhor
Um estudo de Harvard sugeriu que líderes que se comunicam mais e melhor com sua equipe são 17 vezes mais propensos a liderar equipes mais engajadas e produtivas.
Os feedbacks não precisam acontecer pontualmente, somente ao final de cada trimestre por exemplo. Ao contrário. è possível emitir validações ou sugestões de melhoria através de acompanhamentos diários e reports sobre projetos.
A boa Comunicação é um fator primordial para a criação de ambientes saudáveis. A Comunicação assertiva e não violenta é uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida.
Também é possível utilizar ferramentas digitais de cooperação que possam manter o time alinhado, através do compartilhamento de informações de trabalho.
Desenvolva suas habilidades para liderança.
3. Evite o micro-gerenciamento
Não importa como a tarefa será feita, mas sim priorize o resultado final ou macro resultado. Dessa forma, você incentiva a autonomia da equipe, favorece a inovação e evita desgastes desnecessários.
Já atuei como Coach para líderes que acreditavam que eram os únicos que poderiam resolver um problema ou que precisavam determinar os passos para a execução de uma tarefa. Isso apenas esconde uma fragilidade com a própria liderança e favorece a desmotivação dos colaboradores.
4. Tenha clareza sobre papéis, metas e objetivos:
O alinhamento de expectativas entre empresa e colaboradores é fundamental para manter a cultura de segurança psicológica.
Empresas que não possuem segurança psicológica, podem ter um clima organizacional que favoreça a desmotivação de times, impacte na produtividade e favoreça o aparecimento de conflitos e burnout.
O mais importante é não perder de vista que s não há mais confiança entre líder e times, algo importante e crucial se perdeu. Não é através de micro gerenciamento ou de monitoramento de colaboradores que conseguiremos lembrar as pessoas do que ela tem que fazer.
5. Não fale somente sobre trabalho
Lembre-se que sua equipe possui membros que são pais, mães, amigos, filhos , pessoas, como outros interesses e prioridades.
Busque compreender quem de verdade faz parte da sua equipe e interesse-se genuinamente por cada um. Não deixe que apenas o trabalho ocupe o centro de suas relações com essas pessoas.
Que estratégias sua empresa tem utilizado para favorecer a saúde mental de colaboradores em tempos desafiadores como esse?
Qual a sua opinião?
Sobre mim, Letícia Rodrigues
- Sou Leticia Rodrigues, psicóloga e fundadora da Fiorire Consultoria.
- Atuo com desenvolvimento de pessoas, ajudando empresas e profissionais em seus desafios corporativos.
- Já treinei colaboradores de empresas como SBT, MetLife , Nike, London Stock Exchange sobre temas como Inteligência Emocional, Motivação, Comunicação Assertiva e Saúde Mental Corporativa.
- Fui premiada como melhor professora de Inteligência Emocional da escola Conquer.
- E uma das 100 pessoas escolhidas como participante do Programa de Aceleração de criadores de conteúdo do LinkedIn, onde sou LinkedIn Creator.